cultura
Natália Avelan
No âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, no dia 25-N, o Espai Jove Casa Sagnier organizou um dia pela visibilidade das mulheres e das identidades dissidentes no mundo das artes, e de todas as dificuldades que sofrem, com o nome Festa da Fúria. Ao longo de todo Sábado, 30 de novembroo prédio da Carrer Brusi se tornou uma feira de artesanato, além de oferecer diversas atividades para todas as idades.
O festival começou às 15h30 com um oficina de expressão plásticaonde os participantes tiveram a oportunidade de se expressar através da técnica do xilogravura. Depois, a partir das 16h30, no salão de festas, um mesa redondachamado “Artista, mulher e o mundo do trabalho”. Nele foram debatidos problemas enfrentados pelas mulheres e identidades dissidentes no ambiente de trabalho do setor artístico, tais como: a dificuldade de aquisição de reconhecimento, a falta de oportunidades, a difícil conciliação familiar ou a infantilização de jovens artistas, entre outros.
Para refletir sobre essas questões, a apresentação incluiu três artistas de diferentes disciplinasque explicaram, em primeira mão, a experiência de ser mulher em uma indústria liderada pela presença masculina. O primeiro a falar foi o Itxasonascido no País Basco e radicado em Barcelona, que combina os estudos da licenciatura em Física com uma carreira musical. “Fico com raiva de não ser reconhecida como compositora e produtora, apenas como cantora”, afirma.
Em seguida, ele interveio Marta Aguayoum ilustrador Catalão, que tem participado em vários projetos editoriais e exposições. Conhecida artisticamente como Marta Waterme, seu trabalho é marcado pelo predomínio da água, utiliza aquarelas, lápis e canetas. Marta expressou sua frustração com o instabilidade do setor e os problemas de atribuição de a autoria da obra.
Por fim, a palestra terminou com a participação de Pau Jimferatriz não binária, produtora de teatro e antigordofobia, LGBTBIQ+ e ativista feminista. La Pau explicou o processo de criação de seu próprio trabalho, cachalotee como isso a fez refletir sobre a relação das mulheres com seus próprios corpos, a partir da pressão estética imposta pela sociedade.
A partir das 18h30, os jardins da Casa Sagnier eles serviram de palco para um concerto íntimoao ritmo do projeto musical de Júlia Boncompte, acompanhada por Lola Ybran. A jovem artista apresentou com exclusividade algumas músicas de sua autoria, que farão parte do álbum que será lançado no próximo ano. A seguir o artista de Lluçanès Mar Pujolapresentou suas “canções de despensa”, com letras em catalão, que refletem sobre a tradição da comida, da família e do amor.
Os organizadores do Ràbia Fest e os trabalhadores da Espai Jove Casa Sagnier comunicaram, através de um manifestoo tolerância zero em frente de violência contra mulheresnão só no mundo artístico, mas na vida cotidiana. “Dizemos bastante que as jovens não se sentem donas dos espaços comuns dos equipamentos devido à masculinização destes”, declararam. Finalmente, o dia terminou com uma bingo musical com muito ritmo.