Paper Stories: conheça os quiosques por dentro

Reportagem fotográfica

Elena Bulet (@elenabulet)

Os jornais contam-nos a realidade que nos rodeia. Mas pouco falam sobre quiosques, que, por outro lado, estão muito presentes no nosso dia a dia. E se o fizerem, muitas vezes é para explicar que estão fechando. deO jardimqueremos reivindicar o papel e o trabalho de todos aqueles que tornam isso possível. Pessoas que se levantam de madrugada e carregam maços e maços de jornais, para que possamos ler o furo todos os dias. Gente que ganha apenas 20% de cada jornal e 2% de cada t-10 vendido. Pessoas que não festejam quando descansamos, mas que têm um grande sorriso e uma palavra gentil sempre que conversamos com elas. Por tudo isto, queríamos mostrar-lhe a sua realidade em imagens.

© Elena Bulet

O Spot não está localizado no meio da rua. Para fazer compras lá, você entra em uma loja. Este facto marca diferenças no que diz respeito ao funcionamento dos quiosques de rua. Os fenômenos climáticos não os prejudicam tanto, pois retêm os produtos em seu interior. As pessoas que fazem compras lá também são conhecidas. Eles confiam nos quiosques e trocam anedotas. Quase sempre estão de bom humor, o que proporciona encontros felizes.

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ECEQUIEL (Santaló – Mercado Galvany). Ao atuar como quiosque vai além. «Ontem estava a desbloquear o telemóvel de um cliente, fui a uma casa atualizar a TDT…», explica. Se eu pudesse mudar alguma coisa, gostaria que os quiosques fossem um ponto
informações da Câmara Municipal.

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O jornal mais vendido nos quiosques entrevistados é “La Vanguardia”. Mesmo assim, os jornais “Ara” e “Avui” também aumentaram significativamente nos últimos tempos. O novo modelo de assinatura é baseado em cartões. Você não precisa mais carregar vouchers em papel. Isto traz benefícios para os clientes, mas muitas vezes é uma dificuldade acrescida para os quiosques. Se a máquina estiver quebrada, os 16 dígitos deverão ser inseridos manualmente. E quando há clientes esperando, pode ser complicado.

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“Tem muita gente que vem, olha as capas e não compra”, explica Ecequiel, dono de quiosque em Galvany. “São 70% das pessoas que passam. Eles veem a manchete e sentem que não precisam ler mais nada. De vez em quando, tenho que avisar alguém. Eles acham que é como o metrô. Uma vitrine Às vezes, alguém fica ofendido. Mas você tem que contar a eles. Caso contrário, você parecerá um idiota.”

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MARTA (Alpinista, 447). Família quiosque A avó dele comprou o quiosque. “É um trabalho escravo, mas gosto tanto que o tempo voa”, confessa. É membro do conselho de administração da Associação Profissional de Vendedores de Imprensa. A partir daí, lutam para melhorar as condições impostas aos quiosques.

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“O mundo (das bancas) está tão negligenciado…”, explica Maria. “Aqui não temos tempo de ir ao banheiro ou de comer. Também fazemos mais de uma jornada de 8 horas, porque você não sai quando fecha o quiosque, precisa de uma hora extra.” Outro motivo pelo qual é um trabalho difícil é o espaço estreito para mobilidade, já que quiosques e quiosques não podem sair da barraca.

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Manolita e Merxe dirigem a papelaria Spot em Sarrià desde 1981. Quando o quiosque foi adquirido, o antigo proprietário vendeu tudo o que podia a preços excessivamente baratos e deixou-os quase sem material. Mesmo assim, a vontade de trabalhar fez do Spot uma das almas de Sarrià.

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O trabalho do jornaleiro não é apenas vender jornais. Há toda uma tarefa administrativa por trás disso que não é visível. Por exemplo, devoluções de itens não vendidos. Você precisa organizar pacotes, verificar faturas se nada foi perdido, etc. Tudo para que eles paguem novamente o que foi pago, já que o quiosque paga tudo que os distribuidores trazem.

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Os horários dos quiosques são complicados. As pessoas que ali trabalham levantam-se de madrugada para recolher os jornais e começam a montar o quiosque. Maria explica que é preciso ter muita clareza sobre como as coisas devem ser feitas. Se não, mentalmente é muito difícil. Também é curioso, porque saindo tão cedo para a rua você vê o bairro acordando. Tudo é cíclico. As mudanças são notadas quando há pontes e as pessoas saem para a rua ou quando há dias de desporto e as pessoas vão para a cama mais tarde, por exemplo.

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MARIA (Alpinista, 447). Um dos quiosques mais jovens da cidade. Ela é filha da Marta e cresceu na banca de jornal. “Quando eu era pequena, os cantos eram cobertos com jornal e fita adesiva para que eu não batesse”, descreve. Ele também explica que trabalhar nas ruas é difícil e muitas vezes subestimado. As pessoas passam frio, muitas horas sem poder sair do lugar, nem parar para comer, etc.

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Muitos quiosques não entregam o jornal diretamente na barraca. Eles tiveram que encontrar um esconderijo. Eles descobriram que alguém os roubava todas as manhãs, antes de abrirem. Abrir o quiosque é uma tarefa complicada. Tem que transportar os pacotes, colocá-los, montar vitrines… Sempre funciona melhor quando é feito entre duas pessoas.

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MANOLITA (Major de Sarrià, 24). Aos 81 anos, ele ainda está no quiosque com a filha Merxe. Ele teve uma embolia e se recuperou trabalhando nisso. “É tudo uma questão de vontade, não queria ficar na cadeira de rodas”, diz. Aprendeu a assinar novamente, teve aulas de redação com Merxe.

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“A organização do quiosque é fruto da minha mãe e manter um quiosque organizado é muito difícil”, diz Maria. Marta (mãe de Maria) explica que gosta muito de arrumar e que as horas passam voando. Sua família está na banca de jornal há 60 anos. Quase 4 gerações.

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Muitos dos produtos do quiosque são voltados para mulheres e crianças. Você encontra uma parte de revistas (muitas vezes sexistas) em que só aparecem mulheres e estão relacionadas com produtos domésticos, assuntos do coração, moda… Essa separação também é observada em produtos infantis, onde as revistas são pensadas para serem para meninas e para para crianças…

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Segundo Ezequiel, os vizinhos devem vir ao quiosque “se quiserem comprar alguma coisa”. Mas também para bater um papo, bater um papo. Você passa um bom tempo, conversando sobre política atual, esporte… O assunto do processo também esteve presente.” Ele também explica que o assunto da saudação é curioso. Ele vem de uma cidade onde todos se cumprimentam. Na banca de jornal, ele muitas vezes ignora.

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As bancas perceberam a crise do papel. “Nos fins de semana éramos dois”, explica Marta. Mesmo assim, tentam resistir e abrir de manhã e à tarde. Eles também conseguiram contratar outro trabalhador. “Quanto mais horas você abre, mais você paga”, diz ela.

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