Postado em 29.4.2015 18:00
nomenclatura
Jesus Mestre
É uma das estradas mais antigas do bairro, pois foi construída na época romana como eixo de comunicação entre Barcino (Barcelona) e Arragone, um mansão ou ponto fortificado da variante norte da Via Augusta, localizado entre as atuais Sant Cugat e Sabadell. Os romanos, engenheiros experientes, construíram a estrada alguns metros acima do riacho de Vallcarca para evitar possíveis danos devido às habituais inundações, por vezes violentas, deste riacho. Este caminho foi mantido ao longo dos séculos e ficou conhecido como caminho de Sant Cugat. Finalmente, na segunda metade do século XIX, a Diputació de Barcelona realizou uma importante reforma até se tornar uma estrada que, desde a sua inauguração em 1880, ficou conhecida como Passeig de la Diputació.
Esta avenida e mais precisamente o riacho de Vallcarca marcavam os limites entre o município de Sant Gervasi de Cassoles e os seus vizinhos, Gràcia e Horta. O eléctrico que vinha de Gràcia e passava por Craywinckel para chegar à Plaça de la Bonanova, outro importante eixo de comunicação, também passava por esta estrada. Finalmente, em 1908, iniciaram-se as obras da ponte Vallcarca, uma obra complicada e trabalhosa que só pôde ser concluída em 1923, mas que garantiu fáceis comunicações entre os bairros de Putxet e Vallcarca. Então o Paseo de la Diputació já levava o nome atual de Avinguda de la República Argentina.
A urbanização da rua começou por volta de 1860, quando a família Craywinckel começou a parcelar terrenos no lado norte da rua, onde foram construídas grandes torres. A partir de 1880, a parte sul da avenida também foi unificada, acima da igreja Josepets e como continuação do bairro Putxet, com um tipo de edifícios e casas mais populares e de caráter mais urbano, apesar de possuir também algumas torres como o da família Comas d’Argemí, que ainda existe. Aos poucos, a rua tornou-se um bairro tranquilo, rodeado de montanhas mas bem ligado ao centro da cidade, onde, depois da Guerra Civil, viveu o casamento dos poetas Carles Riba e Clamentina Arderiu, ou o dos pintores Rafael Rafols Casamada e Maria Girona. . O gravador Joan Barbarà também teve ali a sua oficina e casa, que os seus filhos ainda possuem.
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O postal – da coleção de Andreu Vallpederas – é de cerca de 1905, antes da construção da ponte Vallcarca.