O olhar jovem
Elena Bulet (@elenabulet)
O coletivo Ital Skol nasceu há dois anos e meio de uma conversa entre amigos. Desde então, começaram a colecionar discos de vinil. A primeira sessão aconteceu em outubro de 2016. “Não tínhamos nada em mente, foi simplesmente algo que nos motivou”, explica um dos idealizadores. O projeto cresceu e hoje é composto por cinco pessoas: Rosa, Iannis, Jou, Hudson e Marcel (Wally Selecta), que não pôde comparecer à entrevista.
Que música você toca?
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Música jamaicana. Embora dentro deste existam vários estilos: reggae, ska, dance hall… Acima de tudo nos concentramos nos anos 60-80. Há também música inglesa.
Inglês?
Os dois centros do reggae estão na Jamaica e na Inglaterra. Após a independência da Jamaica, muitos jamaicanos foram para Inglaterra em busca de prosperidade económica. As grandes gravadoras internacionalizaram o reggae.
o que Reggae é para você?
É um estilo de música que gostamos, mas não nos sentimos ligados à cultura. Tem muitas mensagens boas, mas também muitas mensagens ruins.
esse isso implica contradições?
Sim, mas tentamos reverter a situação, fazer com que as pessoas recebam uma mensagem das nossas intervenções. Também apresentamos os temas, contextualizando-os.
Como trata-se de coletar registros?
É como um “fetiche”. Para encontrar uma faixa é preciso procurar o vinil, importá-lo… Além disso, os vinis tendem a ter apenas uma música. Você decide compartilhar esse material com outras pessoas. É um processo muito cuidadoso, dá mais sentido à música.
quantos vinis você diria que tem?
Mais de 400 com certeza.
Ao decidir o que dar um soco…
Lindos momentos são criados, porque nos encontramos e passamos tempo selecionando os temas. Isso dá à sessão um fio condutor.
Quando o coletivo foi criado, nem todos os membros atuais faziam parte dele. Entre eles, Rosa estava desaparecida. Sempre que picavam ela estava por perto ajudando, mas em um mundo onde há poucas referências femininas era difícil para ela se sentir parte disso. “Não pude acreditar”, explica, “é uma sensação muito estranha”. No início foi um processo difícil. “Senti que era um espaço que tinha que transgredir e tinha que demonstrar”, diz. Finalmente, ele se arriscou e é uma de suas paixões.
O que a Ital Skol transmite?
Proximidade Isso nos define muito. Socamos o chão, na mesma altura e espaço das pessoas que nos ouvem. Somos geeks, mas não malucos. Ital Skol são peças de quebra-cabeças que se uniram para sermos fãs de reggae.
Quais funções você desempenha?
“Entertainer” (microfone) e “seletor” (coloca o disco). Ah, e o resto de nós somos dançarinos…
Você define alguma meta?
Nos sentimos muito confortáveis e amamos o projeto. Queremos continuar na nossa linha e consolidá-la, tornando-a mais sustentável.
UM que tipo de festas você faz?
Música de rua aberta a qualquer idade e pessoa. Gostaríamos de energizar os bairros a partir daqui. Cria-se um dia musical, que no final acaba sendo um dia de convivência.
Como você definiria um Sistema de Som?
Melhor ir lá e experimentar. Tem algumas festas que acabam virando rave e outras que viram festa de família.
de onde seu nome vem
‘Ital’ é o nome de um tipo de comida vegetariana e ‘Skol’ é o nome de uma marca de cerveja. Foi evoluindo até agora (risos). No final, cada um pronuncia de forma diferente.