Rua Saragoça

nomenclatura

Jesus Mestre Campi

É a rua principal de Farró e, juntamente com as de Pádua e Guillem Tell, são os centros comerciais do bairro. Em meados do século XIX, como mostra o plano de Ildefons Cerdà, esta avenida começou a ganhar forma como a mais proeminente desta zona a oeste da ribeira de Sant Gervasi e no sopé da colina de Putxet. Recebeu então o nome de Carrer de Sant Felip, pois muitas das terras por onde passava pertenciam à congregação dos padres de Sant Felip Neri. O nome definitivo de Saragoça, em referência à capital aragonesa, foi dado em setembro de 1907. Seguindo a toponímia, parece que o nome de Farró, como é chamado o bairro desde a segunda metade do século XIX, vem de Silvestre Farró, proprietário de um terreno na parte central da rua, próximo a Guillem Tell, que promoveu a urbanização deste local.

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Por volta de 1880, com a chegada do eléctrico a vapor que segue o percurso Plaça Molina – Guillem Tell – Júlio Verne – Wagner, a urbanização da rua acelerou-se de modo que, no final do século XIX, praticamente construíram casas ao longo do seu percurso. São principalmente edifícios de um a três andares e sobretudo vivem famílias trabalhadoras e menstrais, existindo algumas casas de veraneio de barcelenses, mas de estatuto social semelhante. É um local que atrai profissionais liberais e artistas: o astrónomo Josep Comes i Solà construiu Vil·la Urània, no fundo da rua, ou, já depois da Guerra Civil, ali viveu o pintor Antoni Tàpies. Mas é sobretudo uma rua e um bairro onde viviam pessoas que trabalhavam nas fábricas da zona, como a tipografia Brusi, a fábrica de seda Vilà Rubira, a fábrica de calçado Pi na Carrer de la Gleva ou a pequena loja de eletrodomésticos Numax em a praça Mañe e Flaquer.

É portanto uma rua muito frequentada e por onde desfilaram os desfiles da Festa Major ou de Sant Medir, tanto da turma Antiga como da turma Humorística, esta última ligada ao Farró.

Ilustração: Postal da década de 1920 com vista para a Carrer de Zaragoza durante desfile das gangues medin. Você pode ver os trilhos do bonde. O troço é o de Guillem Tell em Sanjoanistes, já que o resto da rua não possuía este tipo de jardins. Arquivo Municipal do Distrito de Sarrià – Sant Gervasi.

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